Sobram vagas na construção civil em Portugal
As associações ligadas à construção civil em Portugal alertam: está faltando mão de obra qualificada no país para dar conta da quantidade de obras já em andamento e em projeto.
A crise econômica que assolou o país de 2010 a 2014 empurrou para fora de Portugal grande parte dos trabalhadores especializados do país.
Nos quatro anos de crise, Portugal viu seus profissionais mais qualificados se mudarem para países vizinhos, atraídos pelas oportunidades e pelos melhores salários. Os portugueses que foram para França, Bélgica ou Dinamarca, por exemplo, chegam a ganhar três vezes mais do que ganhariam em seu país.
Portugueses não voltaram ao país, mesmo com retomada da economia
Agora, com Portugal retomando o crescimento, estes mesmos profissionais não retornam ao país por uma questão bem particular europeia. Os países são tão próximos fisicamente que, estando bem empregados, os portugueses que residem fora preferem visitar a família de tempos em tempos do que regressar ao país de origem. Além disso, os salários nos demais países são mais elevados do que em Portugal, que tem um dos menores salários mínimos da Europa.
Para os empresários da construção civil, não há dúvidas de que os bons profissionais portugueses não retornaram e também não vão retornar a Portugal.
Portugal não forma profissionais suficientes para o setor
Outro dado que corrobora a tese de que não há mão de obra suficiente em Portugal é que o Centro de Formação Profissional da Indústria e Construção Civil de Portugal prevê a formação de apenas 2.800 profissionais para ingressar no mercado em breve.
Ou seja: para os próximos anos, também não haverá gente suficiente em Portugal para preencher as vagas que existem no setor. Sendo assim, a construção civil é um segmento da economia que pode ser atraente para muitos imigrantes, inclusive brasileiros.
Empresários em busca de estrangeiros
De acordo com dados da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), o setor da construção perdeu 37 mil empresas e 262 mil postos de trabalho durante a crise. Exatamente o que gerou a debandada da mão-de-obra.
Agora, com a retomada, estima-se que sejam necessários mais de 70 mil operários para dar resposta às necessidades das empresas de todo o país.
As entidades ligadas à construção já defendem publicamente o chamado “visto dourado” para estrangeiros. E citam os brasileiros como um dos povos que pretendem atrair para o país, dada a facilidade do idioma.
Visto de trabalho: autorização para trabalhar em Portugal
Para trabalhar em Portugal, os profissionais precisam fazer o pedido do visto de trabalho para Portugal e depois, quando chegar no país, solicitar a sua autorização de residência.
Para empresários que desejam investir na preservação e reconstrução do patrimônio histórico em Portugal, é possível solicitar o “visto dourado”. Trata-se da Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), também conhecido como “Visto Gold” ou “Golden Visa”. Para ter direito a ele, é preciso aplicar 250 mil euros em preservação ou conservação do patrimônio cultural nacional.
O beneficiário do Golden Visa adquire a possibilidade de:
- Entrar em Portugal com dispensa de visto de residência;
- Residir e trabalhar em Portugal;
- Circular pelo espaço Schengen, sem a necessidade de visto;
- Solicitar o benefício do reagrupamento familiar;
- Solicitar a concessão de Autorização de Residência Permanente, após 5 anos;
- Solicitar a aquisição da nacionalidade portuguesa após 5 anos.
Venda de imóveis impulsiona construção civil
Com a economia mais favorável, Portugal agora está na rota do investimento internacional de imóveis. O turismo também vive um bom momento. Muitos hotéis têm sido construídos – principalmente em Lisboa e no Porto – e a necessidade de profissionais da construção civil capacitados são novamente essenciais para o país. Mais, há muitas casas nos centros históricos do Porto e Lisboa a serem reabilitadas para servirem de alojamento turístico. Para completar o cenário positivo, as taxas de juros estão baixas.
Em 2018, foram vendidas 178 mil habitações em Portugal e os valores ultrapassaram os 30 milhões de euros. Só de investimento estrangeiro no setor de imóveis foram quase 6 milhões de euros.
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